Total de visualizações de página

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Fábrica

Olhares se acinzentam quando fitam o céu.

O vento bafeja os rostos e adorna a cidade.

Uma criança - indiferente -

Brinca sobre as cinzas paternas.


Adiante, há uma fábrica.

Suas chaminés não param.

O diretor não disciplina o coração de seu filho,

Que se entremeia aos subordinados.


Na antecâmara, ante a câmara,

O diretor sente seu sangue ferver

E suas carnes queimarem.


Claudicante, sai da clausura;

Lá fora, abre os braços,

Inala e sente seu filho pela última vez.


Chora, e as lágrimas borram as cinzas

Que o vento adorna em seu rosto.



Autor: Tiago Oliveira de Sousa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário